A contabilidade social é uma subárea da ciência contábil que tem como objetivo mensurar os principais agregados macroeconômicos - isto é, os principais conjuntos de grandezas e variáveis definidos pela macroeconomia. Ela permite analisar o comportamento geral de uma economia, considerando aspectos como produção, renda, despesa, poupança, investimento, balança comercial, taxa de desemprego, entre outros. Além disso, ela também produz indicadores importantes sobre o desenvolvimento, a distribuição de renda e a qualidade de vida de um país ou região.
O que é Contabilidade Social?
A contabilidade social é diferente da contabilidade empresarial, que se ocupa das finanças de uma empresa e do seu resultado (lucro ou prejuízo). A contabilidade social se ocupa da economia de um país ou de uma região e do seu estado (crescimento ou contração). Para isso, ela utiliza o mesmo princípio da contabilidade empresarial: apurar receitas e despesas. A diferença está no alcance, que é muito mais amplo.
A contabilidade social aplica o princípio da identidade das contas nacionais, que diz que a atividade econômica pode ser mensurada por três óticas diferentes. No final, todas elas se equivalem e chegam ao mesmo resultado. São elas:
Produto Nacional (PN): soma de todos os bens e serviços produzidos em um período;
Despesa Nacional (DN): soma das despesas feitas na compra de bens e serviços finais em um período;
Renda Nacional (RN): soma dos rendimentos pagos trabalhadores, empresários e donos dos fatores de produção pela utilização de seus serviços em um período;
Assim, a equação básica da contabilidade social é:
Produto Nacional (PN) = Despesa Nacional (DN) = Renda Nacional (RN)
Qual é o objetivo da Contabilidade Social?
O objetivo da contabilidade social é fornecer informações sobre o estado e o desempenho da economia de um país ou região, bem como sobre o impacto social do que acontece nessa economia. Ela ajuda a fazer a ponte entre calcular o PIB e entender o problema da desigualdade de renda, por exemplo.
As informações fornecidas pela contabilidade social são essenciais para a tomada de decisões dentro do governo. Elas servem de base para determinar quando, quanto e como deve-se intervir na economia, seja para estimular o crescimento, controlar a inflação, reduzir o desemprego, melhorar a distribuição de renda, proteger o meio ambiente, entre outras políticas públicas.
Além disso, elas também podem ser utilizadas por empresas, especialmente pelas grandes multinacionais, que precisam considerar as condições econômicas de cada país onde elas têm, ou pretendem ter, bases de atuação².
Quais são os pilares da contabilidade social?
A contabilidade social se baseia em três pilares fundamentais:
O sistema de contas nacionais: é o conjunto de tabelas e relatórios que apresentam os principais agregados macroeconômicos e suas relações. Ele segue padrões internacionais definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é elaborado pelos órgãos oficiais de estatística de cada país.
O sistema de indicadores sociais: é o conjunto de medidas que expressam aspectos qualitativos da realidade social, como educação, saúde, segurança, cultura, lazer, etc. Ele complementa o sistema de contas nacionais e também segue padrões internacionais definidos pela ONU.
O sistema de contas ambientais: é o conjunto de medidas que expressam aspectos relacionados ao meio ambiente e aos recursos naturais, como emissão de gases poluentes, consumo de energia, uso da água, etc. Ele integra o sistema de contas nacionais e também segue padrões internacionais definidos pela ONU.
Quando surgiu a contabilidade social?
A contabilidade social surgiu no século XVII com os trabalhos dos chamados mercantilistas, que buscavam medir a riqueza das nações pelo acúmulo de metais preciosos. No século XVIII, os fisiocratas propuseram uma visão mais ampla da riqueza nacional baseada na produção agrícola. No século XIX, os clássicos desenvolveram conceitos como valor agregado e renda nacional. No século XX, os keynesianos introduziram conceitos como produto nacional bruto (PNB), produto interno bruto (PIB), consumo agregado, investimento agregado etc.
O primeiro sistema oficial de contas nacionais foi elaborado nos Estados Unidos na década de 1930 pelo economista Simon Kuznets. Ele foi inspirado pela obra do economista inglês John Maynard Keynes e tinha como objetivo medir os efeitos da Grande Depressão sobre a economia americana. Desde então, o sistema foi sendo aprimorado e padronizado internacionalmente pela ONU.
Qual o nome dos dois sistemas utilizados na contabilidade social?
Os dois sistemas utilizados na contabilidade social são:
O Sistema de Contas Nacionais (SCN): é o sistema que apresenta os principais agregados macroeconômicos e suas relações. Ele é composto por sete contas principais: conta do produto; conta da geração da renda; conta da distribuição da renda; conta do uso da renda; conta do capital; conta financeira; conta do resto do mundo.
O Sistema Integrado de Contas Econômicas Ambientais (SICEA): é o sistema que apresenta os aspectos relacionados ao meio ambiente e aos recursos naturais. Ele é composto por quatro módulos principais: módulo dos fluxos físicos; módulo dos estoques físicos; módulo dos fluxos monetários; módulo dos estoques monetários.
Conclusão
A contabilidade social é uma subárea da ciência contábil que mensura os principais agregados macroeconômicos e seus impactos sociais e ambientais. Ela utiliza dois sistemas principais: o Sistema de Contas Nacionais (SCN) e o Sistema Integrado de Contas Econômicas Ambientais (SICEA). Ela fornece informações essenciais para a tomada de decisões dentro do governo e das empresas.
Esperamos que este artigo tenha sido útil para você entender melhor o que é a contabilidade social e quais são os seus objetivos. Se você gostou deste conteúdo, não deixe de compartilhá-lo nas suas redes sociais.
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